Em meio ao impasse no conflito entre Rússia e Ucrânia, os Estados Unidos e a Otan passaram a intensificar pressões sobre países do BRICS, como o Brasil, que mantêm relações comerciais com Moscou. O senador norte-americano Lindsey Graham, aliado de Donald Trump, afirmou que um futuro governo republicano pode impor tarifas de até 100% sobre nações que continuarem comprando petróleo russo barato.
Segundo Graham, China, Índia e Brasil seriam diretamente afetados por novas sanções econômicas, caso a Rússia não avance em negociações de paz nos próximos 50 dias. O plano faz parte de um pacote de medidas mais duras contra aliados comerciais de Moscou, com alíquotas que podem chegar a 500%.
A ameaça foi respaldada por Mark Rutte, novo secretário-geral da Otan, que acusou países como o Brasil de revender petróleo russo com lucro. Em resposta, o chanceler brasileiro Mauro Vieira repudiou a fala e defendeu a soberania nacional: “O Brasil não faz parte da Otan. A declaração é totalmente descabida e fora da competência dele”.
A pressão ocorre no momento em que EUA e Europa reforçam seu apoio militar à Ucrânia com um novo acordo de fornecimento de armas. O episódio evidencia a tentativa do Ocidente de impor sua agenda geopolítica sobre países independentes, usando sanções econômicas como instrumento de coerção.