O governo brasileiro tem intensificado sua movimentação diplomática para tentar reabrir negociações com os Estados Unidos e reverter as tarifas comerciais impostas por Donald Trump. A estratégia do Palácio do Planalto, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem sido focar exclusivamente em temas econômicos, deixando de lado divergências políticas.
Alckmin já conversou por telefone com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e sinalizou disposição para negociar. Nos bastidores, o governo reconhece que qualquer decisão depende diretamente de Trump e tenta costurar uma possível ligação entre ele e o presidente Lula, desde que o ambiente seja controlado e sem tensão política.
Aliados de Alckmin admitem que o primeiro contato com os americanos não trouxe avanços concretos, e o Itamaraty continua pressionando por abertura de diálogo direto com a Casa Branca. Enquanto isso, a equipe brasileira evita qualquer posicionamento que possa desagradar Washington.
A movimentação do governo Lula, contudo, tem sido vista com cautela por setores mais críticos, que alertam para o risco de o Brasil estar em posição frágil nas negociações, além de questionarem a falta de firmeza frente às decisões unilaterais dos EUA.

