O Ministério da Saúde de Gaza informou nesta terça-feira (30) que subiu para 154 o número de mortes por inanição na região. Sete novos óbitos foram registrados nas últimas horas. Do total, 89 vítimas são crianças.
O Euro-Med Human Rights Monitor alertou para um “aumento sem precedentes” nas mortes entre idosos. Em publicação na rede X, a organização relatou dezenas de casos documentados em campos de refugiados, causados por fome, desnutrição e falta de atendimento médico.
Segundo a entidade, muitas dessas mortes foram registradas como naturais, por ausência de um sistema claro de notificação e pela prática comum de enterrar rapidamente os falecidos.
Ainda nesta terça, a autoridade de saúde informou que o número de mortos por ataques israelenses desde o início da ofensiva ultrapassou 60 mil. “É uma morte para cada 36 pessoas em Gaza — mais de 90 por dia”, sintetizou a Al Jazeera ao classificar o dado como um “marco sombrio”.
Segundo o correspondente da emissora em Gaza, Hani Mahmoud, a população local vê como “encenação” a recente abertura de um corredor humanitário. “A ajuda não está chegando a quem precisa. Muitos arriscam a vida buscando comida em áreas perigosas como Zikim ou centros de distribuição”, relatou.
Enquanto a fome avança, os ataques continuam. Desde o amanhecer, 16 pessoas faleceram — 13 delas procuravam comida ao norte de Rafah, segundo o Hospital Nasser, em Khan Younis.
Na Cisjordânia ocupada, forças israelenses realizaram incursões em várias cidades. Dezoito palestinos foram presos em Hebron, Nablus e Salfit, segundo o Escritório de Mídia de Prisioneiros Palestinos (ASRA).
A Al Jazeera também informou que colonos israelenses usam o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, para rituais religiosos sob proteção policial — prática que historicamente era proibida a judeus e não-muçulmanos.

