O Supremo Tribunal Federal (STF) foi formalmente provocado a se posicionar sobre um pedido inusitado: o jornalista norte-americano Michael Shellenberger, conhecido por seu trabalho investigativo, protocolou uma solicitação para entrevistar Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro, que está preso por determinação da Polícia Federal.
A situação coloca a Corte em uma posição delicada. Caso autorize a entrevista, corre o risco de ver as alegações de Martins ganharem projeção global. Por outro lado, se impedir o contato com a imprensa, poderá ser acusada de censura e violação à liberdade de expressão, um dos pilares democráticos.
Filipe Martins tem alegado, por meio de sua defesa, que sua prisão é de cunho político e sem respaldo em provas concretas. Ele denuncia uma série de irregularidades no processo, incluindo falta de acesso a itens básicos, confinamento em cela escura e episódios que foram classificados como maus-tratos. Diversas entidades internacionais de direitos humanos demonstraram preocupação com a situação.
A solicitação feita por um jornalista estrangeiro amplia a repercussão do caso e impõe ao STF uma decisão estratégica: garantir o direito de cobertura jornalística em nome da transparência ou manter o bloqueio e enfrentar críticas internacionais por supressão de liberdades fundamentais.

