O dólar abriu em leve queda nesta segunda-feira (4), cotado a R$ 5,53, em meio à crescente tensão causada pelas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, prevê taxas de até 50% sobre produtos brasileiros, o percentual mais alto entre os países afetados.
Apesar de exceções anunciadas, o impacto direto sobre a indústria e o agronegócio nacional preocupa. Trump justificou a tarifa recorde alegando “ameaça à segurança nacional e à economia americana” vinda do Brasil, em tom duro, sugerindo interferência do governo brasileiro em assuntos internos dos EUA.
Enquanto isso, o governo Lula sinaliza que não pretende retaliar. O ministro Fernando Haddad disse que o foco será em medidas de proteção, termo vago que aumenta a insegurança do mercado. A ausência de uma resposta firme pode prejudicar ainda mais o setor produtivo nacional.
O mercado financeiro está atento às atas do Copom e do Fed, que trarão pistas sobre os próximos passos das políticas de juros. A Selic permanece em 15% ao ano, e a taxa americana, entre 4,25% e 4,50%.
Também nesta semana, serão divulgados dados importantes como o Caged (emprego formal) e a balança comercial de julho, que podem refletir os primeiros sinais do impacto do tarifaço. Analistas esperam que o Brasil mostre resiliência, mas sem uma estratégia clara de reação, o risco é de enfraquecimento da economia real.
O governo precisa agir com firmeza, proteger a soberania nacional e não repetir o erro de submeter o país a interesses externos. O Brasil não pode continuar refém de decisões unilaterais de outras potências, é hora de defender o setor produtivo com clareza e coragem.

