O deputado Altineu Cortês (PL-RJ), atual vice-presidente da Câmara, afirmou que colocará em votação o projeto de anistia a Jair Bolsonaro assim que assumir interinamente o comando da Casa. A declaração acendeu o sinal de alerta, já que Altineu rompe um acordo feito com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia condicionado sua indicação à vice-presidência à promessa de não pautar temas sem autorização.
A proposta de anistia ganhou força após o STF, por decisão de Alexandre de Moraes, impor prisão domiciliar ao ex-presidente Bolsonaro por suposto descumprimento de restrições. A oposição reagiu com firmeza: deputados do PL ocuparam as mesas do Congresso com fitas na boca em protesto contra o cerceamento da liberdade de expressão.
O PL entrou oficialmente em obstrução e declarou “guerra total”, segundo o líder Sóstenes Cavalcante. O partido está mobilizando aliados, como Progressistas e União Brasil, para pressionar pela votação da anistia e pelo impeachment de Moraes. O senador Flávio Bolsonaro reforçou que a iniciativa é da Câmara, mas não descartou articulações no Senado.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) também criticou Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, por se recusar a dialogar com a oposição e travar os pedidos de impeachment de Moraes, já são 28 parados em sua mesa.
Enquanto isso, a tensão política cresce com reflexos também no cenário internacional, após os EUA aplicarem sanções a autoridades brasileiras e criticarem duramente o STF por sua postura autoritária.

