O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, tem demonstrado crescente desconforto com o ambiente interno da Corte, segundo apuração do Poder360. Prestes a encerrar seu mandato na presidência, em setembro, Barroso convive com tensões entre os ministros e sente sua capacidade de articulação institucional abalada.
Nos bastidores, ele estaria frustrado com o protagonismo concentrado no ministro Alexandre de Moraes, que conduz investigações delicadas, como a que apura uma suposta tentativa de golpe. O acúmulo de poder nas mãos de Moraes e a repercussão internacional das decisões do STF, especialmente nos EUA, aumentaram o desgaste interno.
Barroso, de 67 anos, avalia antecipar sua saída do Supremo após deixar a presidência. A possível decisão teria forte impacto simbólico, especialmente em meio à crise diplomática com os Estados Unidos, país com o qual ele mantém fortes vínculos acadêmicos. Há rumores de que seu visto americano teria sido cancelado, o que afetaria sua agenda pessoal e profissional.
Ao sair da presidência, Barroso será transferido para a 2ª Turma do STF, composta por ministros com os quais ele teria menos afinidade, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Caso a saída se confirme, o presidente Lula poderá indicar um terceiro ministro para a Corte durante seu atual mandato.

