LUCA SILVEIRA
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pode incluir os Estados Unidos em sua próxima agenda internacional. A missão oficial ao México, marcada para os dias 27 e 28 de agosto, pode ser estendida com uma visita a Washington, uma movimentação considerada pelo Planalto em meio ao aumento das tensões com o governo norte-americano.
A ideia é suavizar os impactos do tarifaço anunciado recentemente pelo presidente Donald Trump, que decidiu elevar impostos sobre produtos de países que mantêm relações comerciais com a Rússia, incluindo o Brasil. A medida acendeu alertas no governo, que agora busca formas de reabrir diálogo com os EUA e mostrar disposição para cooperação.
Segundo apuração da repórter @alinebecketty, há receio dentro do Planalto de que uma viagem focada apenas no México possa ser mal interpretada pela Casa Branca. A ausência de contatos com autoridades norte-americanas, especialmente no atual cenário de disputas comerciais, poderia acirrar ainda mais os ânimos e afastar Brasília de um de seus principais parceiros comerciais.
Embora o governo Lula tenha apostado em maior alinhamento com países do Sul Global, o endurecimento de Trump recoloca a necessidade de reforçar pontes com os Estados Unidos. Uma visita de Alckmin a Washington, ainda que breve, seria uma sinalização diplomática importante, tanto para os mercados quanto para o próprio cenário político internacional.
