A poucos meses da COP 30, o governo Lula enfrenta críticas crescentes por falta de planejamento e gastos excessivos. Com rede hoteleira insuficiente em Belém (PA), cidade escolhida pela gestão petista para sediar o evento climático, o governo decidiu contratar dois navios de cruzeiro de luxo para servir como hotéis flutuantes, gerando um custo que pode chegar a R$ 263 milhões. Caso os leitos não sejam ocupados, a conta será bancada com dinheiro público.
Os navios MSC Seaview e Costa Diadema, com cerca de 3,9 mil cabines no total, foram contratados com garantia pública de R$ 259 milhões. Na prática, o governo federal assumiu o risco da operação e pagará a diferença caso a ocupação seja baixa. Diárias para os participantes variam de R$ 1.200 a R$ 3.300.
A crise de hospedagem já repercute internacionalmente. Um grupo de 25 países, incluindo Suécia, Holanda e Canadá, pressionou oficialmente o Brasil e a ONU a considerarem mudar o local do evento, alegando preços abusivos, hotéis cobrando até 15 vezes mais que o normal e falta de estrutura adequada. Alemanha, Suíça e outros países também já manifestaram insatisfação.
Apesar da pressão e do risco fiscal, o governo insiste em manter o evento na capital paraense e tenta medidas improvisadas, como transformar escolas em hostels, recorrer ao Airbnb e até cogitar usar casas populares do programa Minha Casa Minha Vida como alojamento.
A decisão de bancar cruzeiros de luxo com dinheiro público em plena crise econômica e em meio à falta de estrutura básica revela, segundo críticos, o despreparo e os excessos da atual gestão.

