O Instituto Americano de Ferro e Aço (AISI) acionou o governo de Donald Trump para intervir junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a venda de ativos de níquel da Anglo American no Brasil para a MMG Limited, empresa australiana controlada pela estatal chinesa China Minmetals Corporation. O negócio, avaliado em até US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), inclui operações em Goiás, Mato Grosso e Pará.
Segundo o AISI, a transação colocaria reservas estratégicas de níquel sob influência chinesa, ampliando o domínio de Pequim sobre minerais críticos e aumentando a vulnerabilidade dos Estados Unidos, que dependem do metal para tecnologia, defesa e energia. Em carta ao Escritório do Representante Comercial dos EUA, o presidente do instituto, Kevin M. Dempsey, alertou que o setor global de aço inoxidável, responsável por 65% da demanda mundial de níquel, poderia ser impactado.
O governo brasileiro, porém, vê a pressão americana como interesse estratégico dos EUA nos recursos nacionais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a atuação de Washington reflete preocupações geopolíticas, especialmente sobre a presença crescente da China na cadeia global de minerais críticos.

