A Polícia Federal encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um ofício polêmico sugerindo que somente a presença de agentes dentro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria suficiente para assegurar o cumprimento da prisão domiciliar.
O documento foi enviado nesta terça-feira (26), horas após Moraes transferir à Polícia Penal do Distrito Federal a responsabilidade pelo monitoramento. O diretor-geral da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues, alegou que a vigilância externa não garantiria a medida, defendendo a permanência de policiais 24 horas por dia dentro da casa de Bolsonaro.
Segundo a corporação, embora a tornozeleira eletrônica registre dados em tempo real, pode haver falhas de sinal que abririam brecha para uma suposta fuga. O texto cita como precedente o caso do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, que também teve vigilância constante em sua residência durante prisão domiciliar.
A manifestação foi enviada a Moraes, que a encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise. O ministro destacou que o monitoramento deve ocorrer sem exposição midiática e sem perturbar a vizinhança.
A proposta da PF levanta questionamentos entre apoiadores do ex-presidente, que enxergam na medida mais um episódio de perseguição política e de restrição de liberdades contra Bolsonaro.