Enquanto o Supremo Tribunal Federal julga o ex-presidente Jair Bolsonaro, líderes da oposição têm levado denúncias de perseguição política contra adversários do governo federal a instâncias internacionais. Os casos foram protocolados na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e no Tribunal Penal Internacional (TPI).
Os documentos reunidos apontam supostas violações sistemáticas de liberdades civis e direitos individuais, atingindo políticos, comunicadores e cidadãos associados à direita brasileira. Entre as alegações estão bloqueios de contas bancárias sem notificação judicial, prisões preventivas prolongadas, censura em plataformas digitais, remoção de conteúdo e cassações de mandatos parlamentares sem transparência e amplo direito à defesa.
As denúncias também mencionam abusos no sistema prisional, incluindo negligência médica, isolamento prolongado, violência física e psicológica, além de mortes de detentos ligados aos protestos de 8 de janeiro. Em Brasília, ao menos dois óbitos em penitenciárias seguem sem esclarecimento, reforçando pedidos de investigação externa.
Internacionalmente, parlamentares dos Estados Unidos e da União Europeia passaram a articular ações em torno do tema. Representantes de países como Alemanha, Portugal, Espanha, Polônia, Hungria, França, Itália, Irlanda e Países Baixos mantêm diálogo direto com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, alinhando-se a relatórios e sanções recentes aplicadas pelo presidente Donald Trump.
Organizações de defesa de direitos humanos acompanham de perto o caso. Nos próximos dias, espera-se que os órgãos internacionais comecem a analisar os documentos, e ainda neste mês está prevista a criação de uma frente no Parlamento Europeu dedicada exclusivamente a monitorar e responder às denúncias de perseguição política em grande escala no Brasil.

