A crise política no Nepal ganhou contornos trágicos nesta semana com a morte de Rajyalaxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal. Ela foi vítima de um incêndio criminoso em sua residência em Katmandu, ateado por grupos que participavam das manifestações em curso no país.
Segundo a imprensa local, os agressores invadiram a casa e iniciaram o fogo enquanto Rajyalaxmi ainda estava no interior do imóvel, impossibilitando seu resgate. O episódio é considerado um dos mais violentos desde o início da onda de protestos.
As manifestações, inicialmente motivadas pela proibição temporária das redes sociais, ganharam força devido ao descontentamento com a corrupção governamental e à falta de emprego entre os jovens. A restrição ao acesso a plataformas como Facebook e YouTube foi interpretada como uma tentativa de silenciar críticas, ampliando a revolta popular.
A escalada da violência se espalhou pela capital: prédios públicos, sedes partidárias e residências de figuras políticas foram atacados. O Parlamento chegou a ser incendiado, resultando em pelo menos 19 mortes e centenas de feridos nos confrontos com as forças de segurança.
Diante do caos, o então primeiro-ministro K. P. Sharma Oli apresentou sua renúncia em 9 de setembro de 2025, embora tenha permanecido como chefe de governo interino. Pouco depois, o bloqueio às redes sociais foi revogado em uma tentativa de reduzir a tensão.

