A Suprema Corte dos Estados Unidos iniciou nesta quarta-feira (15) a fase de argumentos orais em um caso histórico que pode transformar o sistema eleitoral americano. Os juízes analisam se é constitucional desenhar distritos eleitorais com base em critérios raciais, prática que, embora criada sob o pretexto de ampliar a representatividade, vem beneficiando o Partido Democrata há décadas.
Atualmente, distritos são estruturados de forma a garantir que determinados grupos raciais tenham maior chance de eleger seus representantes. No entanto, críticos apontam que esse modelo acaba distorcendo o princípio da igualdade de voto e cria uma segmentação artificial da sociedade americana.

Caso a Suprema Corte determine o fim dessa política, o impacto pode ser significativo: estima-se que os democratas perderiam pelo menos 19 cadeiras na Câmara dos Representantes, especialmente em regiões onde a configuração racial dos distritos garante atualmente vitórias quase automáticas.
Parlamentares e juristas alinhados ao Partido Republicano argumentam que a prática é inconstitucional, pois prioriza a cor da pele em vez do mérito e da vontade popular. Já os defensores da manutenção sustentam que os distritos raciais ajudaram a corrigir antigas desigualdades na representação política de minorias.
Independentemente do resultado, a decisão deve redefinir o equilíbrio político nos Estados Unidos e reacender o debate sobre o verdadeiro sentido da igualdade perante a lei, princípio central da Constituição americana.