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Lula defende Maduro e elogia Cuba em congresso comunista

Durante evento partidário em Brasília, o presidente afirmou que “Cuba é um exemplo de povo com dignidade” e criticou a postura dos EUA diante do regime de Nicolás Maduro

Lula e Maduro em encontro em Brasília de 2023 • Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lula e Maduro em encontro em Brasília de 2023 • Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a adotar um tom de defesa aos regimes de esquerda da América Latina durante a abertura do 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizado nesta quinta-feira (16), em Brasília. Em seu discurso, Lula defendeu a soberania da Venezuela e elogiou o regime cubano, criticando o que chamou de “interferência estrangeira” dos Estados Unidos.

As declarações ocorrem em meio à crescente tensão entre Caracas e Washington, após a confirmação de que o governo norte-americano, sob a liderança de Donald Trump, autorizou a CIA a conduzir operações secretas contra o regime de Nicolás Maduro.

Durante sua fala, Lula rejeitou críticas de que o Brasil poderia seguir o caminho da Venezuela, mas reafirmou sua solidariedade ao governo chavista:

“O Brasil nunca será a Venezuela, e a Venezuela nunca será o Brasil. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino. Nenhum presidente de outro país tem que dar palpite sobre como vai ser a Venezuela ou Cuba”, disse.

Ao comentar sobre o regime cubano, o petista negou as acusações de que Cuba apoia o terrorismo e exaltou o país como exemplo:

“Cuba não é um país de exportação de terroristas. Cuba é um exemplo de povo com dignidade”, afirmou Lula, acrescentando que sua posição “muitas vezes não é entendida”.

As falas foram interpretadas por analistas políticos como mais um gesto de alinhamento ideológico com ditaduras latino-americanas, especialmente após o governo do PT divulgar uma nota oficial condenando as ações autorizadas por Trump contra Maduro.

Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou que apresentará uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU, acusando os EUA de “tentativa de golpe” contra o regime chavista.

Reprodução

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