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PM do Rio liga avanço do Comando Vermelho a decisões do STF

Coronel Marcelo Menezes afirma que restrições impostas pelo Supremo durante a pandemia favoreceram o fortalecimento logístico e territorial da facção criminosa, hoje presente em 25 estados brasileiros

Coronel Marcelo de Menezes (Foto: reprodução)
Coronel Marcelo de Menezes (Foto: reprodução)

O comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), coronel Marcelo Menezes, afirmou que a atuação do Comando Vermelho (CV), facção de caráter terrorista e de alcance nacional, se intensificou após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.

Segundo Menezes, as restrições impostas pela Corte, que buscavam reduzir a letalidade das operações policiais em comunidades, acabaram gerando um ambiente favorável à reorganização e expansão do grupo criminoso. O oficial destacou que, atualmente, o Comando Vermelho já atua em 25 das 27 unidades federativas do país.

“A partir da ADPF 635, observamos uma mudança significativa no comportamento dos criminosos no Rio, o que se espalhou por todo o Brasil. Hoje, o Comando Vermelho está presente em 25 estados, o que mostra a necessidade de adequar nossas ações para enfrentar essa realidade”, afirmou Menezes em entrevista ao portal Metrópoles.

Durante a pandemia de Covid-19, o STF determinou a suspensão das operações policiais nas comunidades cariocas, permitindo-as apenas em casos excepcionais, mediante comunicação prévia ao Ministério Público. Para o comandante, essa limitação fortaleceu o poder logístico, territorial e financeiro da facção.

“São dados concretos. Houve aumento das ações de extorsão e do controle sobre atividades econômicas locais. O tráfico ganhou fôlego e ampliou sua influência”, explicou.

Menezes ressaltou ainda que a repressão isolada ao crime organizado não é suficiente diante da atual estrutura das facções. Ele defendeu a criação de políticas públicas integradas, que envolvam diversos Poderes e instituições no combate ao tráfico.

“Os criminosos ampliaram sua capacidade financeira e o poder de cooptação. Isso abriu um precedente perigoso no Rio. Precisamos de uma resposta conjunta, firme e articulada”, concluiu o comandante.

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