O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo de Nicolás Maduro está perto do fim. Em entrevista ao programa “60 Minutes”, da emissora CBS, o republicano foi direto ao ser questionado se acredita que os dias do líder venezuelano no poder “estão contados”: “Eu diria que sim. Acho que sim.”
A declaração ocorre em meio à maior pressão militar dos Estados Unidos sobre a Venezuela em décadas. Desde setembro, o governo norte-americano tem realizado operações navais no Caribe e no oceano Pacífico, alegando combater o narcotráfico. As ofensivas, comandadas por Trump e pelo secretário de Defesa Pete Hegseth, já somam 15 ataques, com 16 embarcações destruídas e 64 mortos. O episódio mais recente foi registrado em 1º de novembro de 2025, no Pacífico, e deixou três vítimas.
Washington afirma que as embarcações interceptadas transportavam drogas da Venezuela e da Colômbia em direção ao território norte-americano. Caracas, por outro lado, acusa os EUA de violarem sua soberania e denuncia as ações como uma ameaça direta ao país.
Apesar da tensão crescente, Trump disse não acreditar que o conflito vá evoluir para uma guerra, classificando as ações militares americanas como “muito eficazes” na interceptação de embarcações ligadas ao tráfico de drogas.
De acordo com o jornal The Washington Post, Maduro enviou cartas aos governos da Rússia, China e Irã pedindo apoio militar, técnico e financeiro para reforçar a defesa venezuelana. Mesmo assim, o presidente chavista sinalizou disposição para negociar com Washington, desde que seja garantida a participação de aliados do chavismo em uma eventual transição política e concedida anistia a integrantes do governo.
Com mais de 25 anos no poder, o chavismo enfrenta o período mais delicado desde sua ascensão. A administração Trump intensificou a pressão diplomática e militar sobre Caracas nos últimos meses, capital que detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

