LUCA SILVEIRA
Dick Cheney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos durante o governo de George W. Bush, morreu nesta terça-feira (4), aos 84 anos. A informação foi confirmada por meio de um comunicado divulgado pela família, que informou que Cheney faleceu em decorrência de complicações de pneumonia e problemas cardíacos.
Considerado um dos políticos mais influentes, e também mais controversos, da história recente dos Estados Unidos, Cheney foi o principal arquiteto da chamada “guerra ao terror”, lançada após os atentados de 11 de setembro de 2001. Ele desempenhou papel decisivo na invasão do Afeganistão e, posteriormente, na guerra do Iraque em 2003, sob a justificativa de eliminar armas de destruição em massa, que jamais foram encontradas.
Durante seu mandato, Cheney ficou conhecido por expandir o poder do Executivo americano e por defender técnicas de interrogatório que, mais tarde, seriam classificadas pela ONU como formas de tortura. Sua postura firme e seu estilo reservado o tornaram uma figura temida em Washington, mas também profundamente respeitada por aliados.
Após deixar o governo, Cheney manteve-se ativo politicamente e, nos últimos anos, surpreendeu o cenário político ao romper com o Partido Republicano em apoio à democrata Kamala Harris durante a eleição de 2024. Na ocasião, ele classificou o ex-presidente Donald Trump como “uma ameaça à república” e alertou sobre os riscos de um novo autoritarismo nos Estados Unidos.
A trajetória de Dick Cheney deixa um legado de poder, polêmica e influência, marcando profundamente a política externa americana do século XXI.
