Desde que o direitista Santiago Peña assumiu a presidência do Paraguai, o país já contabiliza 11 reduções consecutivas no preço dos combustíveis, todas fundamentadas em critérios técnicos. As decisões, conduzidas pela estatal Petróleos Paraguayos (Petropar), ocorreram sempre que a estrutura de custos permitiu ajustes, impulsionadas por ganhos de eficiência e resultados operacionais positivos.
De acordo com comunicados oficiais, as reduções foram possíveis graças à margem obtida com as importações e à boa gestão financeira da companhia. Somente em 2025, o balanço preliminar apontou um superávit de US$ 25 milhões, o que permitiu uma queda de 250 guaranis por litro em setembro, a 11ª redução desde agosto de 2023.
A Petropar reforça que cada reajuste é definido de forma técnica, com base em análises de mercado e estrutura de custos, sem interferência política. O modelo adotado consolidou o Paraguai entre os países com gasolina mais barata da América do Sul, segundo levantamento da Global Petrol Prices.
O contraste é evidente em relação ao Brasil, onde o preço médio da gasolina segue acima da média global, em torno de R$ 6,17 por litro (US$ 1,16). A estrutura de precificação brasileira é composta por uma cadeia complexa de impostos estaduais, mistura de etanol anidro, margens de revenda e custos logísticos, o que limita o impacto de reduções anunciadas pela Petrobras.
Mesmo com cortes recentes no valor repassado às distribuidoras, como o de 5,6% em junho, o resultado final para o consumidor ainda é pouco perceptível, devido à alta carga tributária e à volatilidade cambial.


