A declaração do ministro da Educação, Camilo Santana, de que o governo Lula estuda aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em países do Mercosul gerou forte repercussão entre estudantes brasileiros. A ideia é que o exame, aplicado tradicionalmente apenas no Brasil, possa ser realizado também na Argentina, no Uruguai e no Paraguai já a partir de 2026.
Segundo o ministro, a prova seria aplicada em língua portuguesa e poderia ser feita tanto por brasileiros que vivem nesses países quanto por estrangeiros residentes da região. O objetivo, segundo Santana, é ampliar o acesso de estudantes do Mercosul às universidades brasileiras — uma demanda que, segundo ele, surgiu durante reuniões do bloco.
Apesar do anúncio, ainda não há informações sobre custos, logística ou impacto no número de vagas das instituições de ensino brasileiras. O ministro também não detalhou se o ingresso de estudantes de outros países exigirá ampliação das vagas ou se disputariam as mesmas oportunidades que os candidatos brasileiros.
Reação imediata nas redes
A proposta rapidamente tomou conta das redes sociais, onde recebeu uma enxurrada de críticas. Muitos estudantes afirmaram que o governo estaria ignorando questões internas da educação, como falta de estrutura, investimentos e insuficiência de vagas nas universidades públicas.
Uma jovem comentou:
“Parabéns pro povo brasileiro que vai pagar faculdade pra estrangeiro.”
Outro estudante ironizou a possível concorrência:
“Já não basta competir com os filhos de papai do Brasil, agora teremos que competir com os filhos de papai da Argentina, Uruguai e Paraguai.”
A falta de vagas no ensino superior foi o argumento mais recorrente. Usuários questionaram a prioridade do governo:
“Não tem vaga nem para o brasileiro. O governo parece mais preocupado com a aparência fora do país do que com a educação dentro dele.”
Debate deve continuar em 2026
O Ministério da Educação informou que os estudos para viabilizar o Enem internacional devem ser concluídos até março de 2026. Até lá, o projeto segue em análise e continuará sendo alvo de debates sobre seus custos, impacto no ensino superior e prioridade para estudantes nacionais.


