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Êxodo de milionários volta a crescer e Receita registra maior saída desde 2017

Dados inéditos revelam que mais brasileiros de alta renda estão transferindo residência fiscal para o exterior, impulsionados por insegurança, instabilidade e temor de novas taxações

Reprodução via internet
Reprodução via internet

Nos últimos anos, a ideia de que brasileiros muito ricos estariam deixando o país circulava apenas em relatórios especializados e projeções de consultorias internacionais. Porém, novos dados divulgados pela Receita Federal confirmam que esse movimento se intensificou em 2024.

Entre janeiro e agosto, 1.446 contribuintes milionários oficializaram a mudança de residência fiscal para o exterior. Esse número é um dos mais altos já registrados e se aproxima do pico observado em 2017. Após a pandemia, o fluxo voltou a aumentar e vem se mantendo estável desde 2022.

A Receita acompanha esse fenômeno por meio da declaração de saída definitiva, documento exigido de quem passa mais de doze meses fora do país ou decide estabelecer moradia permanente em outro território. A entrega do formulário é importante para evitar dupla tributação e para regularizar a situação fiscal do contribuinte em sua nova jurisdição. Embora não seja preenchido por todos os que deixam o país, é o indicador oficial mais preciso disponível.

Os motivos apontados pelos milionários que abandonam o Brasil costumam incluir uma carga tributária considerada pesada e instável, preocupações com a segurança pública, ambiente institucional turbulento, baixo dinamismo econômico e excesso de burocracia para empreender ou investir. Soma-se a isso a sensação de que as regras mudam com frequência e sem previsibilidade.

No universo dos investidores de alta renda, o sentimento de apreensão teria se intensificado durante o governo Lula. O aumento de gastos públicos, incertezas econômicas e discussões sobre possíveis novas taxações reforçaram o pessimismo. Além disso, a percepção de que o presidente pode conquistar a reeleição e, segundo analistas, trabalha para viabilizar um quarto mandato, alimenta um clima de instabilidade e cautela no mercado financeiro.

Liliana Aufiero, de 80 anos, é a atual CEO da Lupo/Foto: Reprodução: X

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